25 de
dezembro de 2013
O que me fez
optar pela mudança de estilo de vida? Quais os fundamentos dos princípios de
saúde que embasam o tratamento que escolhi? Eu recebi um mapa. Uma herança de
família. Subvalorizada, mas real o suficiente para voltar à tona quando me
deparei com uma situação-limite. Dores, órgãos sendo mutilados, fraqueza
generalizada, emagrecimento, adoecimento progressivo e a ausência de um
tratamento curativo. Diante dos efeitos colaterais do tratamento hormonal e do
risco de ser submetida a repetidas cirurgias, eu orei.
Nasci em um
lar cristão. Minha bisavó materna comprou um livro, da autoria de Ellen White.
Aceitou a mensagem. Essa mensagem chegou até mim, assim como tem chegado a
milhares de pessoas. Na 2ª edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, um de seus livros foi citado pelos
entrevistados como o último livro que havia sido lido ou se estava lendo. Um
livro fora da mídia que também me alcançou. Entre os vários temas ligados à
espiritualidade, que Ellen White escreveu, há livros sobre saúde. Por isso,
minha bisavó mudou seus hábitos: nada de cigarro, bebidas alcoólicas,
estimulantes (cafeína etc.); adoção de uma dieta vegetariana, exercícios
físicos, valorização da natureza (sol, água, ar, vegetação etc.), cuidado das
emoções e confiança em Deus. Esse conhecimento chegou até mim. Mas com a correria
da vida, eu não o valorizei o suficiente. Quando adoeci, lembrei-me dele.
Ao reler os
livros de Ellen White, comecei a colocar em prática suas orientações. Mas, no
decorrer das mudanças, que já produziam melhoras em meu organismo, voltei a
trabalhar. Aceitei um emprego desgastante física e emocionalmente. Não tive
condições de pensar em minha saúde. Foi nesse período que tive uma crise de dor
intensa. Foi quando o médico disse que não havia outra saída a não ser aceitar
a cirurgia. Como um último recurso, decidi pedir demissão e retomar as mudanças
de estilo de vida, pois em nenhuma consulta tive a garantia de cura com
tratamentos convencionais. Orei. Se mensagem de saúde não fosse capaz de deter
a doença, eu aceitaria a cirurgia.
Nessa época,
meu marido me contou que havia lido sobre a luta de um médico norte-americano,
chamado Benjamin Carson, contra o câncer. Ben Carson é um neurocirurgião
premiado internacionalmente por revolucionar a medicina em sua especialidade.
Atualmente, ele é diretor do Departamento de Neurocirurgia Pediátrica do
Hospital Johns Hopkins (Há um filme muito bem produzido sobre sua história, com
Cuba Gooding Jr.: “Mãos Talentosas.” Pode ser encontrado em locadoras ou na internet,
no Vimeo). No livro “Take the Risk” (No
Brasil, publicado com o título Risco Calculado, pela Casa Publicadora
Brasileira), Ben Carson conta que enfrentou e
venceu o câncer por duas vezes. Além dos tratamentos convencionais, ele fez uso
de gliconutrientes. Disse que em uma semana de uso, os sintomas do câncer na
próstata haviam desaparecido. O livro não é um compêndio médico sobre
gliconutrientes, mas a reunião de relatos incríveis de um médico pouco
conhecido no Brasil que tem uma história de vida extraordinária.
A partir dessa leitura, pesquisamos muito sobre
os gliconutrientes. Eles estão presentes em vários alimentos. Fiz uso deles, e
a melhora foi incrível. Pesquisamos e descobrimos que essas substâncias que
compõem o remédio que Carson usou fazem parte da planta conhecida como babosa (aloe arborescens). Prosseguimos com a
pesquisa e fizemos o composto com a babosa. Em 20 dias, houve diminuição dos
focos de endometriose. Em seis meses, eu havia perdido 7 cm desses focos (Veja o texto que escrevi sobre a aloe).
Como
escrevi, o tratamento fitoterápico aliado à mudança de estilo de vida recuperou
minha saúde sem que houvesse qualquer efeito colateral. Mas sobre esse
tratamento há uma consideração importante a ser feita, conforme escreveu Ben
Carson, médico cristão adventista: “Com uma semana fazendo o regime de
gliconutrientes, meus sintomas desapareceram completamente [...] mesmo se os
gliconutrientes funcionassem para mim, outros talvez não fossem tão cuidadosos
com as mudanças alimentares (Risco
Calculado, p.189,190).
Ben Carson não
apenas recorreu à fitoterapia como buscou praticar as orientações de saúde de
Ellen White, pois ele é um médico adventista. A mudança, para ser efetiva, abrange
todo o estilo de vida.
De acordo com
o médico Harold G. Koenig, formado pela Universidade de Stanford, diretor do Centro
para Teologia, Espiritualidade e Saúde e professor de Psiquiatria e Ciências do
Comportamento da Universidade de Duke, nos Estados Unidos, determinados grupos
religiosos, devido ao seu estilo de vida, têm uma saúde melhor. Koenig, que é o
principal pesquisador médico de referência mundial sobre a relação entre
espiritualidade e saúde, faz constatações científicas sobre vários grupos
religiosos e sua relação com a saúde. Sobre os adventistas, Koenig afirma em
seu livro “Medicina, Religião e Saúde” (L&PM, 2012):
“Os membros
da Igreja Adventista do Sétimo dia costumam ser vegetarianos, e sua expectativa
de vida média excede à da população geral por uma média de quatro anos, com índices
mais baixos de mortalidade por doenças cardiovasculares” (p. 109).
“Pesquisas
demonstram que os índices de AVC diferem de acordo com o grupo religioso. Sabe-se
que [...] membros da Igreja Adventista do Sétimo Dia têm índices menores de AVC
[...]. Embora esses achados sejam explicados em termos de dieta e estilo de
vida, são uma consequência de determinadas crenças e práticas religiosas”
(p.119).
“É de
conhecimento geral que certos grupos religiosos, como os adventistas do sétimo
dia [...] e outros com fortes tabus contra o consumo de álcool, o tabagismo e
outros comportamentos de saúde negativos, têm menores índices de câncer. Embora
esses achados tenham sido atribuídos basicamente à alimentação e ao estilo de
vida, o envolvimento religiosos pode, de fato, ser um complemento aos estilos
de vida saudáveis na redução do risco de mortalidade por câncer” (p.124-125).
Em novembro
de 2011, a revista National Geographic
publicou uma matéria intitulada “Os segredos da longa vida” (Leia a matéria no
site da revista).
Entre os grupos de maior
longevidade está aquele formado pelos adventistas do sétimo dia (Veja aqui
e aqui). Sobre o adventismo, a matéria
afirma:
É
sexta-feira de manhã, e Marge Jetton segue em alta velocidade pela estrada San
Bernardino no seu Cadillac Seville lilás. Com seus óculos escuros, ela examina
a estrada com a cabeça mal aparecendo por cima do volante. Marge, que fez 101
anos em setembro, está atrasada para um de seus vários compromissos com grupos
de voluntários, e acelera ainda mais. Nessa manhã ela já caminhou 1 quilômetro
e meio, levantou pesos e comeu seu mingau. “Não sei por que Deus me deu o
privilégio de viver tanto”, diz ela, apontando para si mesma. “Mas olhe só o
que Ele fez.” Deus talvez tenha a ver com a vitalidade de Marge e talvez não
tenha; mas a religião dela decerto tem. Marge é adventista do sétimo dia.
Estamos em Loma Linda, Califórnia, a meio caminho entre Palm Springs e Los
Angeles. Ali, em meio a laranjais, vive uma comunidade, já muito estudada, de
adventistas do sétimo dia. A Igreja Adventista nasceu na mesma época das
reformas na saúde no século 19 que difundiram o vegetarianismo organizado, a
bolacha integral tipo graham e os cereais matinais – John Harvey Kellogg era um
adventista quando começou a fabricar flocos de trigo. Assim, os adventistas
sempre pregaram e praticaram a saúde. Sua igreja proíbe fumar, consumir álcool
e comer alimentos que a Bíblia considera impuros, tais como carne de porco.
Também tenta desestimular o consumo de outras carnes, alimentos muito
gordurosos, bebidas com cafeína e condimentos e temperos considerados
“estimulantes”. “Cereais, frutas, verduras e nozes constituem a alimentação
escolhida para nós pelo Criador”, escreveu Ellen White, uma das figuras que
ajudaram a formar a Igreja Adventista. Os religiosos também guardam o descanso
no sábado, dia em que socializam com outros membros da igreja e desfrutam de um
período de descanso. A maioria dos adventistas segue esse estilo de vida
prescrito – demonstrando, talvez, o poder de combinar saúde com religião.
Provavelmente,
você encontrará em uma igreja adventista pessoas que pratiquem e compartilhem
gratuitamente as recomendações de saúde dadas por Ellen White. Mas caso você
tivesse entrado na igreja, há alguns anos, em busca dessa mensagem e me
encontrasse no templo quando eu ainda não sabia que estava com endometriose e
sofreria com essa doença, vendo a minha vida e meus hábitos, você não encontraria
essa mensagem. Assim, como milhares de outros adventistas, eu não seguia as
orientações dadas. Mas isso não significa que elas não existam. Os livros de
Ellen White estão aí, a ciência tem feito suas constatações positivas em
relações a eles, a mídia tem divulgado os resultados de um estilo de vida
adventista e meu corpo restaurado é a minha melhor evidência. Como diz Koenig, as
orientações de estilo de vida ajudam, e muito, na manutenção e recuperação da
saúde, mas foi a partir de uma prática religiosa que aprendi a buscar a Deus e
reconhecer Seu amor por mim. Isso é saúde.
Com religião
ou sem religião, com espiritualidade ou sem espiritualidade, você pode vencer a
doença, se adotar um estilo de vida saudável. Mas no meu caso, eu venci a
doença com a religião, com a espiritualidade (Um dos primeiros textos que
escrevi sobre fé e endometriose foi este: Mulheres famosas e endometriose). Mudei meu estilo de vida,
pesquisei e, sobretudo, orei. Qual o valor da saúde sem a essência da vida?
Leia o texto Além da saúde.
Matéria sobre o estilo de vida adventista na National Geographic |
2 comentários:
Olá Querida! Me sinto extremamente feliz em ler suas publicações. Tenho 19 anos e há 1 fui diagnosticada com endometriose em estágio bem avançado. Também sou Adventista do Sétimo dia e estou casada há também 1 ano. Sua experiência me trouxe muita esperança, pois como recém casada, tenho uma vida sexual péssima, sinto muitas dores e paro no hospital todos os meses com sangramento excessivo. Lendo os escritos de Ellen White, pude ver como a reforma de saúde pode fazer bem para nós e mesmo seguindo as recomendações da bíblia, todas as orientações da Sr White ainda não são seguidas por mim, tenho dificuldade, pois não nasci num lar evangélico e tenho pouco tempo de conversa. Eu oro muito e não perco as esperanças de ainda ter uma vida normal mesmo com a endometriose, de aproveitar meu casamento e ter filhos. Obrigado por sua experiência e por renovar as esperanças em meu coração. Que o Senhor te abençõe!
Que legal, vc é adventista?
Tbm sou, e estou um pouco perdida com a novidade da doença na minha vida sem saber o q fazer..
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