Igreja ou palácio?


João, nome comum. Mas sobre João, Jesus disse: entre os homens não há maior do que ele. Vida marcante, a ponto de igrejas cristãs assumirem a sua missão. João nasceu para preparar o coração das pessoas para a chegada de Cristo. Falou de maneira simples – simples como é o seu nome e foi sua vida – do caminho que deve ser trilhado aqui na terra para chegar ao céu.

A mensagem de João não tem enigmas nem exige interpretações teologicamente sofisticadas. É clara, direta, simples e contundente: para viver, de fato, a vida cristã, “façam coisas que mostrem que vocês se arrependeram dos seus pecados. E não digam uns aos outros: ‘Nós somos descendentes de Abraão’” (Lucas 3). Aja, não fale. Ajude, não apenas pregue. Rompa os limites dos discursos religiosos, levante-se do banco da igreja, liberte-se dos rótulos cristãos. Ofereça mais do que papéis ou palavras. Dê apoio material e físico para que a missão espiritual se cumpra.

Deixemos João falar. Apenas ele.

– O que devemos fazer?
Ele respondia:
– Quem tiver duas túnicas dê uma a quem não tem nenhuma, e quem tiver comida reparta com quem não tem.
Alguns cobradores de impostos também chegaram e perguntaram a João:
– Mestre, o que devemos fazer?
– Não cobrem mais do que a lei manda! – respondeu João.
Alguns soldados também perguntavam:
– E nós, o que devemos fazer?
E João respondia:
– Não tomem dinheiro de ninguém, nem pela força nem por meio de acusações falsas. E se contentem com o salário que recebem.
***
– Eu batizo vocês com água, mas está chegando alguém que é mais importante do que eu, e não mereço a honra de desamarrar as correias das sandálias dele. Ele os batizará com o Espírito Santo e com fogo (Lucas 3).

João não condescendeu com poderosos. O rei Herodes, casado com a esposa de seu próprio irmão, teve seu pecado repreendido. João acabou preso. Na prisão, chegaram-lhe notícias esparsas sobre Jesus. E teve suas dúvidas. Será que ele é o filho de Deus? João enviou mensageiros a Jesus, que expuseram indagações do profeta preso. A resposta de Cristo foi clara, direta, simples e contundente: “Naquele momento Jesus curou muitas pessoas das suas doenças e dos seus sofrimentos, expulsou espíritos maus e também curou muitos cegos” (Lucas 7:21). Ele não fez uma pregação, agiu. Não criou um ministério da saúde, curou. Não fez uma longa oração pedindo para que a fé de João não declinasse, deu respostas materiais e físicas para evidenciar a missão espiritual.

Deixemos Jesus falar. Apenas ele.

Jesus respondeu aos discípulos de João:
– Voltem e contem a João o que vocês viram e ouviram. Digam a ele que os cegos vêem, os coxos andam, os leprosos são curados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados, e os pobres recebem o evangelho. E felizes são as pessoas que não duvidam de mim (Lucas 7:21).

Após a sucessão de atos de graça, justiça social e misericórdia, Jesus falou sobre João. Quem João é? Um homem bem vestido?, lançou a pergunta para deslocar a atenção de todos ao ponto crucial da natureza humana – o amor à riqueza, às aparências, aos padrões de consumo. “Ora, os que se vestem bem e vivem no luxo moram em palácios!”, disse Cristo (Lucas 7:25).

Palácios ficam distantes do povo. Palácios não se compadecem das necessidades materiais, falta de dinheiro, doenças, lutas diárias das pessoas. Palácios emitem publicações e enviam cobradores de taxas para que sejam luxuosos e distanciados de qualquer essência cristã. Palácios vivem de aparências. Mas João não morava no palácio, morava na igreja. E igreja é tudo o que João e Jesus já disseram. Jesus disse mais: “Eu digo a você que de todos os homens que já nasceram João é o maior.” A grandeza de uma pessoa ou de uma igreja não está na sua aparência ou discursos isolados de ações, mas em assumir a missão de Jesus, o filho divino – eis a verdadeira essência cristã. O que é a essência cristã? João Batista responde. Jesus responde. E a resposta é clara, direta, simples, contundente e desafiadora.

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